No finalzinho do ano passado, uma das revistas online mais conhecida e visitada da América Latina. Onde o projeto recebeu grande destaque.
O que você faz com as caixas de leite e de sucos após o consumo das bebidas? Estudantes do curso de Edificações da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Dr. José Alves da Silveira, em Quixeramobim, cidade do sertão central do Ceará, no Nordeste do Brasil, decidiram reaproveitar as embalagens para reduzir a temperatura dentro das residências do município.
A ação faz parte do projeto Isolamento térmico: solução econômica e ecológica, idealizado e desenvolvido pelos próprios alunos da Escola. A ideia é aproveitar as embalagens Tetra Pak para a construção de mantas de isolamento térmico.
Crysna Mara Arruda, uma das participantes do projeto, explica que a iniciativa consiste em colocar mantas de embalagens Tetra Pak abaixo das telhas e entre os caibros e as ripas (madeiras fixas no teto para segurar o telhado). Segundo a estudante, cada metro quadrado de manta é formado, em média, por 20 caixas de leite longa vida.
Adriana Alves, professora do curso de Edificações e orientadora da iniciativa, mostra-se orgulhosa pelo trabalho da turma. Ela destaca o mérito dos/as alunos/as desde o início. "Em agosto, nós lançamos temas para a turma e eles escolheram o que para eles tinha maior relevância, que era o de meio ambiente e sustentabilidade. A partir daí eles passaram uma semana pesquisando”, comenta, lembrando que os/as participantes ainda tiveram aulas e laboratórios de química e física.
Os/as estudantes não ficaram apenas nos conhecimentos teóricos e nas práticas de laboratórios. Foram a campo falar com moradores de comunidades carentes da cidade e se mobilizaram para arrecadar as embalagens Tetra Pak. "Depois da divulgação, a gente recebeu várias embalagens, também instalamos pontos de coleta. Ao todo, foram mais de 3 mil caixinhas que deixaram de ir pro lixo”, afirma Crysna.
A turma, formada por 45 alunos entre 14 e 15 anos, já pode dizer que contribuiu para a melhoria da qualidade de vida no município. Adriana explica que os estudantes optaram por iniciar o projeto no bairro Maravilha, comunidade de baixa renda. Sem condições de possuir ventilador ou ar condicionado, as famílias sofriam com as altas temperaturas da cidade.
"Os estudantes colocaram um termômetro na casa escolhida e pediram para a moradora medir a temperatura durante uma semana, por volta das 13h. Teve dia em que a temperatura no ambiente interno chegou a quase 40 graus”, comenta a professora. Calor que pôde ser aliviado após a instalação da manta. Depois de realizar o mesmo procedimento, os estudantes verificaram uma diminuição de até nove graus.
"É importante porque é um projeto sustentável, diminui o volume de lixo e diminui a temperatura das casas, proporcionando mais conforto para as pessoas”, destaca Crysna. A estudante ainda ressalta a oportunidade de pesquisar sobre o assunto e verificar a validade do projeto. "É interessante porque [além de pesquisar] a gente comprova, a gente vê que realmente dá certo”, comenta.
A intenção da turma do curso de Edificações é continuar com o projeto e expandir para outras localidades da região. De acordo com Adriana Alves, os/as estudantes já pensam em capacitar moradores da cidade para construírem novas mantas. "A ideia é replicar o projeto”, afirma.
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